terça-feira, 3 de maio de 2016

O BARATO SAI CARO: 14 PONTOS EM QUE NÃO SE DEVE ECONOMIZAR NA REFORMA



No ultimo dia 27 de Abril a revista Casa e Jardim trouxe um artigo sobre em quais situações o barato sai caro. As perguntas foram feitas à escritórios de arquitetura. São dicas muito úteis que com certeza ajudará muitos. E nós do THEROOM ARQUITETURA concordamos com todas as dicas.


TEXTO MARIANA MELLO

Perguntamos a escritórios de arquitetura e de design de interiores em quais situações o barato sai caro em uma reforma. Projeto, mão de obra e qualidade dos materiais foram os itens mais votados. Veja todas as respostas!


1. “Nunca se mude antes de a obra terminar” Carol Lovisaro, designer de interiores

Resolva as pendências, por menores que pareçam, antes de entrar no novo imóvel. Assim você poderá curtir a casa nova sem dor de cabeça. Outra dica: o item em que menos deve economizar é o piso. Se ele não for bom, com o passar do tempo você terá de fazer outra reforma.


2. “Não economize no projeto” Sarkis Semerdjian, arquiteto

Projeto com pouco desenho e pouco detalhamento gera confusão durante a obra e, consequentemente, custo extra para o cliente. O pacote de projetos é um documento formal que protege o morador de custos adicionais apresentados por empreiteiros e construtoras ao longo da execução. Caso algo não dê certo no final, o cliente pode exigir a entrega do que está previsto em projeto.


3. “Desconfie do faz-tudo” Robert Robl, arquiteto

Nunca faça uma obra com o faz-tudo que fulano indicou. Geralmente orço a obra com dois engenheiros de confiança. O valor é um pouco mais alto, mas, no total, sai mais barato do que os extras cobrados pelo faz-tudo do cliente. Sem contar que com o faz-tudo as listas de materiais são intermináveis: mais tinta, mais argamassa, mais isso, mais aquilo... Recomendo fazer a parte executiva com uma empresa de engenharia e execução, que fica oficialmente responsável pelos serviços de gesseiro, pintor, entre outros.


4. “Invista em metais sanitários economizadores e lâmpadas de led” Eduardo Bessa, arquiteto da Cactus Arquitetura

Sugiro não economizar em metais sanitários. Prefira os que controlam o fluxo de água, ainda que custem mais caro; eles resultarão em economia a longo prazo. O mesmo vale para o sistema de iluminação: prefira as lâmpadas de led. Embora sejam mais caras, elas fazem a diferença na sua conta de luz. Se o orçamento for apertado, cogite pintar os banheiros em vez de trocar os revestimentos.


5. “Espelho e papel de parede: invista” Flavia Sá, arquiteta

A qualidade do espelho só aparece após algum tempo de uso. Em áreas com umidade, o cromo descasca, deixando a superfície toda manchada, se não for de boa qualidade. Também não se pode economizar com o instalador de papel de parede. Já deparei com papel descolando na casa de um cliente porque o instalador havia aplicado o produto sobre tinta acrílica, o que não é recomendado (o correto é aplicá-lo sobre tinta PVA). O erro acarretou na perda do papel de parede importado.


6. Invista na contratação do arquiteto” Vanessa Féres, arquiteta

A pior economia é a feita com o arquiteto. Por ser um profissional flexível e gabaritado, ele pode indicar soluções adequadas e econômicas. Cliente de bom arquiteto nunca é cobaia. Quanto à obra, eu diria que o mais importante é analisar toda a parte hidráulica com muita atenção e verificar se as prumadas devem ser trocadas para não haver surpresas após a conclusão da reforma.


7. “Refazer sai mais caro” Silvana Lara Nogueira, arquiteta

Não vale a pena economizar no planejamento nem na qualidade dos materiais. Pense que a refação sairá mais caro. Não recomendo, por exemplo, reformar um banheiro sem trocar o encanamento e sem fazer uma boa impermeabilização.


8. “Não atropele o andamento da obra” Lucia Manzano, arquiteta e paisagista

Em uma construção ou reforma, as coisas têm uma ordem para acontecer. Quando essa ordem é atropelada, por pressa do cliente ou por falta de conhecimento de quem a está gerenciando, o trabalho de alguma forma precisa ser refeito. Também não economize na proteção das superfícies antes da pintura. Qualquer conserto em um móvel ou piso sairá mais caro do que o custo do material de proteção.


9. “Fuja dos amadores” Ieda Korman, arquiteta

Nunca contrate profissionais que não sejam especializados. Um mau pedreiro ou empreiteiro é o primeiro item de uma obra malfeita. Um projeto que não contempla futuros ajustes de componentes ou acabamentos pode comprometer totalmente o resultado de uma obra. Economizar no eletricista, no encanador e no pedreiro pode significar curto-circuito, risco de incêndio, vazamentos de gás ou de água. Cuidado também ao comprar um imóvel barato pensando em reformá-lo. Só faça isso após consultar um engenheiro ou um arquiteto. Há casos em que os problemas de estrutura, elétrica e até de hidráulica são irreversíveis.


10. “Gaste com os móveis da cozinha” Denise Monteiro, arquiteta

Um caso típico em que o barato sai caro é a marcenaria da cozinha. Contrate uma empresa especializada em cozinhas, que trabalhe com todos os acessórios e acabamentos adequados. Exija garantias e manutenções.


11. “Áreas úmidas precisam de revestimento” Vivian Coser, arquiteta da VCS Projetos

Não gosto de realizar pintura em ambientes úmidos. Nesses casos, a duração da tinta é curta e, geralmente, é necessário realizar nova pintura a curto prazo, o que acaba saindo mais caro do que utilizar revestimentos em todo o espaço. Vale a pena economizar na sofisticação dos acabamentos nas áreas de serviço, sem, porém, deixar de lado a qualidade. Pode-se optar por peças de design mais simples e de menor custo. Para o profissional de arquitetura, negociar com fornecedores e comprar maior quantidade de coisas em um mesmo lugar é uma atitude válida para economizar.


12. “Compre produtos certificados e use tinta adequada na área externa” Bianka Mugnatto, designer de interiores do escritório Interart

Não vale a pena pagar barato por produtos que não tenham certificação ou selos que garantam desempenho, qualidade e durabilidade. Na busca pela economia, muita gente acaba passando tinta látex à base de água na parte externa, se esquecendo de que, após uma chuva pesada, a pintura ficará danificada. É importante usar a tinta correta para cada ambiente, assim como prever os materiais ideais de acordo com a situação. Com o tempo, em uma região litorânea, uma luminária de ferro vai enferrujar. Embora sejam mais baratas, elas não têm a mesma resistência do alumínio.


13. “Projeto detalhado não deixa o orçamento estourar” João Conrado, arquiteto do escritório Conrado Ceravolo

Arquitetos Se for bem-feito e detalhado, o projeto ajuda a planejar a obra, colocar os custos na ponta do lápis e pensar nas possibilidades de dividir a empreitada em etapas, caso necessário. É possível gastar menos substituindo materiais, como o piso de porcelanato pelo cimento queimado, por exemplo, ou fazendo um armário com laterais e fundo de alvenaria para reduzir o volume de marcenaria.


14. “Materiais básicos devem ser de boa qualidade” Fernando Figoli, arquiteto do escritório Figoli-Ravecca

Não economize na qualidade dos produtos que pretende ter em sua obra. Isso vale desde o tijolo que vai ser usado para construir a parede, o material do mobiliário até, principalmente, os itens que ficam dentro das paredes, pisos e forros, como tubulações, material elétrico e de impermeabilização. Se forem de baixa qualidade, eles terão de ser substituídos em uma nova obra, e o custo de reposição vai ser alto. Gaste uma vez só!




sexta-feira, 29 de abril de 2016

RESIDENCIA ORTIZIO BORGES - PROJETO THEROOM


Reforma transforma imóvel comercial em residência.


A fachada comercial deu lugar a uma residência com linhas retas e arquitetura contemporânea.
  


O imóvel que hoje abriga esta residência de linhas retas e arquitetura contemporânea antes era ocupado por uma fábrica do setor de vestuário. 

O edifício era caracterizado por uma arquitetura comercial comum na cidade, sem valorização formal e estética. Mas com a colaboração entre profissionais e clientes o layout da nova residência foi concebido respeitando os princípios de conforto ambiental e aproveitando a estrutura pré-existente no antigo edifício.



O fechamento metálico foi idealizado para dar segurança e privacidade a nova residência.



Para iluminar e ventilar o espaço, foram feitos rasgos na laje existente e finalizados com dormentes em madeira cumaru.







O buraco do elevador de cargas deu lugar a escada em estrutura metálica com degraus em madeira cumaru desenhada sob medida.











Lavabo com iluminação e ventilação superiores.

































terça-feira, 26 de abril de 2016


CASA TÉRREA OU SOBRADO?
(parte 1)


Uma das primeiras decisões na hora de construir uma residência  envolve a escolha por uma casa térrea ou um sobrado. Apesar de muitos terem isso definido, outros se debruçam na dúvida. 
E como decidir?

A escolha pode esbarrar em muitos fatores como preferências pessoais, tamanho do terreno, topografia, se existe o desejo por uma casa sem barreiras de locomoção, orçamento disponível, etc. Mas tanto uma casa térrea como um sobrado apresentam vantagens e desvantagens as quais deverão ser avaliadas em conjunto com a realidade de cada situação.

Na experiência do escritório THEROOM ARQUITETURA E DESIGN, uma das primeiras preocupações que observamos em nossos clientes é o custo da obra. Sempre explicamos à eles que esse custo é relativo e nem sempre uma residência térrea possuirá um valor final menor e vice-versa.

Em um comparativo entre uma residência térrea e um sobrado que possuam a mesma metragem quadrada, de um modo geral, a casa térrea contará com mais fundação, pois toda a edificação estará em contato direto com o terreno e, também, contará com maior área de telhado. Contudo, ao mesmo tempo que o sobrado terá menos fundação e menos telhado, a fundação deverá ser mais profunda e suportar uma carga maior resultando em um custo, também, maior.

A escada também é um elemento que representa custo em um sobrado além de ocupar um espaço o qual poderia ser ocupado por outro ambiente. E devemos nos lembrar da possibilidade de presença de crianças pequenas na residência. Neste caso, soluções para impedir o acesso delas às escadas quando não estiverem sendo assistidas, devem ser previstas.  Por outro lado, a escada pode ser vista como algo muito especial, um elemento escultural que em muitas situações funcionará, inclusive, como divisor de ambientes integrados. Muitos dos nossos clientes sonham com uma escada quando descrevem a residência que gostariam. Olhando por essa perspectiva, a presença da escada se transformará num investimento caso a residência seja colocada no mercado imobiliário para venda.

Agora tratando de conforto ambiental, costuma-se dizer que sobrados tem uma tendência a serem mais ventilados e iluminados por serem mais altos permitindo também visões mais amplas. Mas um bom projeto de arquitetura criará, igualmente, uma ventilação e iluminação adequados numa residência térrea. Já quanto as visões mais amplas, nem sempre isso é verdade, pois você provavelmente contará com vizinhos próximos nas divisas laterais e ao fundo da residência, ou seja, a visão ampla talvez acabará se transformando num problema, por exemplo, se você ou seu vizinho tiverem vista direta para dentro da suíte um do outro. Vale lembrar que um bom profissional conseguirá trabalhar esse aspecto no momento da realização do projeto.

O tamanho do terreno é outro tópico importante já que ele pode ser um obstáculo para quem pensa numa residência térrea, ou seja, talvez será necessário um gasto extra com um lote maior para se ter um casa térrea. Em situações as quais o terreno é pequeno ou muito estreito, um sobrado possivelmente será mais viável, pois ele ocupará menos área permitindo, assim, ganhar mais espaço livre para quintal ou área de lazer.

A topografia, ou seja, os desníveis existentes no terreno, também pode ser um problema e dos grandes para quem almeja uma residência plana ou até para aqueles que desejam um sobrado, mas com o primeiro pavimento sem diferenças de níveis. Neste caso, mesmo que você esteja disposto a cobrir os gastos que um nivelamento exigirá, é necessário verificar se a restrição urbanística do seu lote permite tal procedimento.  Essa é uma experiência vivida por alguns clientes nossos que realizaram a compra de terrenos em condomínios fechados. Sem terem conhecimento das regras para aterros e desaterros contidas na restrição urbanística do condomínio, muitos adquirem terrenos com grandes desníveis topográficos na intenção de construir uma casa plana e levam um susto quando descobrem que a legislação impõem limites nesse tópico não sendo possível, em alguns casos, alcançar o nivelamento necessário para se conseguir uma residência sem degraus. Alguns condomínios limitam a altura dos aterros e desaterros afim de garantir que  a altura final das edificações não fique muito desproporcional em relação a casa vizinha. Portanto, atenção nesse item na hora de comprar o terreno.

Outro aspectos importante que temos observado em nosso escritório é um aumento na procura por casas sem barreiras de locomoção. Sendo assim, o sobrado que exigirá uma escada, poderá ser um complicador para idosos e pessoas com dificuldades de se locomover ou que estejam planejando um residência para a vida toda. Apesar da possibilidade de instalação de um elevador no momento da construção, essa é uma solução que exigirá um certo investimento, mesmo para modelos domésticos mais em conta bastante comuns no mercado hoje em dia.

Mas sempre existem opções que irão se adequar à sua realidade. Por exemplo, caso você não abra mão de uma residência com dois pavimentos e não queira instalar um elevador de imediato, peça ao seu arquiteto(a) para deixar o local do elevador já planejado, assim você poderá instalá-lo num outro momento.

Outra alternativa, para quem não quer um elevador, é deixar uma suíte na parte térrea da casa para uma eventual necessidade. Essa solução costuma ser bastante interessante e funcional, pois essa suíte poderá ser usada temporariamente  como escritório e o banho funcionar também como lavabo. Tal solução, inclusive, se transformará em um atrativo caso a residência seja colocada à venda.

Como podem ver, tanto a casa térrea quanto o sobrado possuem vantagens e desvantagens. Não é nossa intenção deixá-los ainda mais confusos diante de tantas informações contrastantes, muito pelo contrário. A mensagem a qual queremos deixar aqui é que a decisão por uma residência térrea ou um sobrado não deve se basear apenas nos custos comparativos gerais entre um e outro. Como dissemos antes, são muitos os fatores que devem ser avaliados e esses fatores serão diferentes para cada futuro proprietário.

Desta forma, a ajuda de um bom profissional que levará em consideração todos esses  fatores da sua realidade será imprescindível para acessar as vantagens e desvantagens de se optar por uma casa térrea ou um sobrado.

Em breve publicaremos mais dicas e exemplos sobre esse assunto. Não percam!